STARFIELD: JORNADA NAS EXTRELAS // .TXT


O DaiBokém! carrega um nome que reflete uma cobertura e preferências majoritariamente japonesas do gênero, algo que acredito nunca ter omitido. Todavia, e antes de qualquer coisa, estamos aqui para falar sobre mundos eletrônicos, suas vertentes e enaltecê-los igualmente. Existe contudo uma busca pessoal em discutir e explorar mais as facetas ocidentais desse estilo que tanto admiramos, seja conhecendo os jogos propriamente ou falando deles no blog e suas redes –  e é aí que entra a nova série, a ALL OUT ATTACK. "Atacar um jogo com tudo", ou lançar um panorama bastante compreensivo sobre o mesmo com muitas informações, é o conceito aqui. Digamos que trata-se de uma prévia em texto bastante compreensiva, embora isso não me limite a falar apenas de jogos ainda não lançados, mas sim todo e qualquer título que tenha despertado grande interesse ao longo dos anos. 


E o primeiro alvo do AOA é Starfield, o promissor RPG de ação e mundo aberto da Bethesda Game Studios. Existem diversas razões por trás disso, sendo uma das principais meu fascínio pelo espaço, ficção científica e a eterna busca por vida inteligente fora do nosso planeta. A ambição do jogo é surreal, e por mais que exista um histórico de entregas infestadas de bugs por parte da desenvolvedora, ou com alguns problemas, é difícil não se empolgar com a ambição por trás da nova propriedade da casa de The Elder Scrolls e Fallout


É hora de viajarmos ao infinito e além e descobrir mais deste universo de inúmeras possibilidades.



Sinônimo do gênero, a Bethesda encontrou nos RPGs uma forma de expressar perspectivas ambiciosas do que uma interpretação eletrônica poderia ser. Fundada em 1986 na cidade homônima dos EUA, a desenvolvedora traz contudo um catálogo que inclui desde simuladores de hóquei, jogos de corrida, e até mesmo tiroteio em primeira pessoa baseado em O Exterminador do Futuro. Foi durante os anos 90 porém que ela criaria um título chamado The Elder Scrolls: Arena, um nome que a consagraria mais tarde como uma das maiores desenvolvedoras de RPGs ocidentais e do mundo – o mesmo The Elder Scrolls, ou TES, que quase causou sua falência diante de projetos que não deram tão certo, An Elder Scrolls Legend: Battlespire e The Elder Scrolls Adventures: Redguard.


Com a reestruturação sofrida em 1999 pela ZeniMax Media, sua empresa mãe, a agora Bethesda Game Studios pavimentou seu caminho com jogos cada vez maiores. Os anos 2000 viram sua transição de uma desenvolvedora majoritariamente focada em computadores pessoais para os consoles de mesa, a exemplo de TES III: Morrowind que chegaria ao Xbox original sob bastante aclamação. O desafio de transcrever todas as particularidades e interfaces de um título para PC em um plano mais “simples” como o dos consoles rendeu bons frutos; tal como Morrowind foi importante, TES IV: Oblivion também conseguiu o mesmo feito para a geração seguinte do console da Microsoft, o Xbox 360, PS3 e, claramente, PC. E Skyrim? O quinto The Elder Scrolls é um dos RPGs mais jogados de todos os tempos a ponto de não ficar preso em suas plataformas originais, vendo diversos relançamentos e sendo enaltecido como uma aventura de tantas possibilidades que é tranquilo dizer que ele só acaba quando você quiser. Isso é só para falar da parte fantasiosa da coisa toda, pois desde que adquiriu os direitos de Fallout há um uma ramificação pós-apocalíptica para quem gosta de uma boa dose de distopia em seus RPGs. Ao aprender um pouco sobre a Bethesda é nítido que tanto Fallout 3 como o 4 conversam mesmo que indiretamente com TES, e com isso a criatividade da equipe de desenvolvimento transita de uma forma natural entre uma franquia e outra ajudando a lapidar conceitos ou mesmo expandi-los; uma ideia pode até ter dado muito certo há uma década mas, talvez, a mesma não coexistisse com uma tecnologia que a elevasse ao ponto que seu criador originalmente idealizava.

Bombas nucleares de um lado, dragões e guardas alvejados no joelho do outro, em 2008 durante a E3 ela confirmou que seus olhos estavam agora voltados para os céus e espaço com o anúncio de Starfield. Uma propriedade intelectual inédita após 25 anos focados em seus nomes mais importantes, os supracitados The Elder Scrolls e Fallout – incluindo, obviamente, jogos paralelos, investidas mobile e até mesmo no ramo dos MMOs com TES: Online e Fallout 76. Como uma jornada singleplayer, Starfield volta-se à ficção de viagens interplanetárias e perguntas que a humanidade segue fazendo até hoje: afinal, estamos ou não sozinhos no universo? Ao citarmos características como “mais de 1000 planetas exploráveis” o escopo denuncia um trabalho maior do que qualquer outro na história da Bethesda, e ainda que muito disso seja fruto de elementos procedurais, há a graça de ver toda a expertise aplicada de maneira a garantir experiências ímpares de jogador a jogador.


Da criação do nosso personagem à personalização de nossa nave; da decisão entre ser cozinheiro ou um caçador de recompensas, Starfield mostra uma gama enorme de possibilidades. Para uma pessoa como eu, que adora qualquer motivo para sair por aí explorando o universo, ele também traz a realização de um sonho em unir o sci-fi ao gênero RPG numa amplitude pouco vista. Estará o jogo livre dos populares bugs e problemas que outros títulos da Bethesda ficaram conhecidos? Olha, é difícil dizer dado ao histórico não só da desenvolvedora como outras e todo o ceticismo envolta por produções que dificilmente não carecem de melhorias já nos seus primeiros dias de vida. Mas segundo Matt Booty, chefe da Xbox Game Studios, estamos falando do jogo com a menor quantidade de bugs já lançado pela Bethesda. I want to believe.



É claro que nem ele nem ninguém diretamente envolvido falaria algo contrário a esse que, não custa lembrar, é também uma exclusividade da Microsoft e seus Xbox Series X|S e Windows. Mas vamos dar um crédito adicional já que Starfield foi adiado não uma, mas duas vezes, teoricamente por um comprometimento em entregar o melhor possível sem que isso custe o bem estar de todas as pessoas envolvidas no projeto. E, vou dizer pra vocês: faço coro aos que (embora tenham um Xbox em casa) reconhecem a necessidade de um jogo que realmente faça jus ao termo exclusivo no lado verde da força. Nada melhor que Starfield para tomar esse posto, nada melhor que um RPG.



Ao pararmos para refletir sobre a nossa existência é possível traçar um paralelo muito intrínseco com a ideia e conceitos criados pelo diretor Todd Howard e sua equipe. Afinal, já viajamos pela galáxia em um planeta chamado Terra e envoltos a mistérios que seguirão sem resposta durante o nosso tempo e, muito provavelmente, algumas gerações futuras também. Existe um fascínio enorme em pensar no que há lá fora e prova disso são as inúmeras interpretações dessa curiosidade tão necessária que nós, seres humanos, carregamos.


Entre toda fantasia sci-fi já existente até a década de 80, dois amigos de infância, Bruce Webster e Wayne Holder, lançaram um jogo chamado SunDog: Frozen Legacy. O título, originalmente lançado em 1984 para Apple II (e um ano depois para console, o Atari ST), é classificado como um RPG de simulação de troca espacial (space trading) e trouxe elementos que são vistos ainda hoje, quase 40 anos depois. Assim como muitos RPGs da Bethesda, você começa SunDog dando nome ao seu personagem e distribuindo pontos em atributos como força, carisma e inteligência. Essa distribuição refletia não só a composição física como também as chances de sobrevivência e sucesso diante de determinados eventos e situações do jogo. Logo no início também temos acesso a uma nave, a SunDog do título, denunciando a possibilidade de explorar outros planetas; apesar de haver uma missão principal, não há um trajeto específico para terminá-la.



Não por menos o próprio Todd Howard o cita como uma das inspirações para Starfield durante uma série de perguntas feitas pela comunidade:


Vou voltar no tempo aqui. SunDog é uma grande inspiração. Um título incrível, era o jogo de ficção científica em meio aos Ultimas lançados. Ele também tinha essa interface simples, sendo meio que um dos primeiros jogos onde você move os objetos em volta e os combina. Mas um ótimo jogo, o qual você tinha sua própria nave e podia explorar por aí, que eu amava.” 


Esses e outros elementos o destacaram na época e outra figura importante que gostou muito do que vivenciou com ele foi Richard Garriot, criador de Ultima, o chamando de um encontro entre sua série de RPGs e Wing Commander – simulador espacial de 1990 para MS-DOS. 


Wing Commander que inclusive é criação de outro apaixonado pelo espaço, por Chris Roberts. Seu ambicioso Star Citizen segue em desenvolvimento por pouco mais de uma década, me fazendo questionar se um dia iremos ou não jogar sua versão final. Contudo, lá em 2003 Chris também tinha lançado um título em conjunto com a Microsoft Game Studios chamado Freelancer que, embora não se tratasse de um role playing game, me fez apreciar uma perspectiva do que é viver e sobreviver no espaço em meio a piratas espaciais e raças alienígenas. Tal experiência mexeu muito comigo já que até então o que estava mais habituado a fazer nos céus e espaço era atirar em tudo que se movia e desviar de incontáveis projéteis em shmups como Astro Warrior e Sonic Wings. 


A tamanha magnitude de Starfield claramente traria na sua bagagem múltiplas mídias como referências, e nomes como 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), Prometheus (2012) e Interestelar (2014) surgem na cabeça quando olhamos para ele. Apesar de cada um trazer seu nível de fantasia cinematográfica, tais filmes abordam a exploração espacial, interpretam respostas para perguntas pertinentes e inquietantes e, claro, mostram também jornadas para além da Via Láctea. Arquivo X é uma série que também me leva até a criação da Bethesda: mesmo com uma proposta muito mais ampla (e até sobrenatural), o núcleo das investigações pelos agentes Fox Mulder e Danna Scully era em suma provar a existência de vida extraterrestre acobertada pelo governo. Voltando às referências oficiais, Todd Howard cita mais uma:

Esse era um RPG de mesa da época em que D&D estava ficando popular – esse jogo chamado Traveller.


Traveller era mais uma ficção-científica rígida. Outra coisa, ele também foi um dos primeiros jogos que programei para o Apple II naquele período, eu realmente queria fazer um jogo baseado em Traveller. Foi também a primeira vez que percebi que computadores tinham memória que você poderia esgotar. Já posso ver os comentários, pessoas dizendo ‘você tem feito computadores ficar sem memória há 40 anos agora’.


Traveller é citado originalmente como um “hard sci-fi”, o que condiz com uma interpretação mais pé no chão e realista, vamos assim dizer, da exploração espacial. Muito do que veremos em Starfield também pode ser encontrado entre as páginas e regras do RPG nascido em 1977, como construção de naves e a ideia de humanos colonizando o universo. Apesar disso, o RPG de Marc Miller, Frank Chadwick, John Harshman e Loren Wiseman recebeu diversos suplementos e versões ao longo dos anos, incluindo alguns que permitem até mesmo jogar como raças alienígenas. Se por um lado Todd nunca tenha lançado seu jogo baseado em Traveller, a expectativa é de que Starfield seja a culminação de todas as suas ideias originais e além.





O ano é 2050 d.C e os humanos finalmente colocam os pés no planeta vermelho, em Marte. Cinquenta anos depois já nos encontramos vivendo oficialmente no espaço, mas em 2156 a humanidade atinge mais um marco histórico ao conseguir chegar em Alfa Centauri, o sistema estelar mais próximo da nossa galáxia, Via Láctea, e que fica a trilhões de anos luz da Terra. Essa busca por encontrar residência espaço afora é um tema recorrente em diversos tipos de ficção, mas Starfield ainda reserva o mistério por trás dos verdadeiros motivos que nos levaram a isso.


A nossa própria história nas estrelas só começa efetivamente em 2330, quando cidades e colônias já estão bem estabelecidas e a presença do homem e suas naves fazem parte do cotidiano sideral. Mas outros eventos importantes ocorreram antes disso, como a formação da União das Colônias, considerada a maior força política e militar entre os Sistemas Colonizados, e da Confederação Freestar, que por sua vez é outra potência formada por três sistemas estelares e que dedica-se à liberdade e individualismo. Em 2194 porém um conflito se desencadearia entre esses dois polos por conta de uma estação alocada pela União das Colônias no Sistema Nárion; essa atitude foi vista como uma forma de expansão das Colônias e, uma vez que não atenderam o pedido de remoção, uma aliança foi formada entre Nárion e a Confederação Freestar dando início em 2196 à Guerra das Colônias. Perdurando por 20 anos o conflito só teve fim com um tratado entre a União das Colônias e a Confederação Freestar, formalizando com isso os agora chamados Sistemas Colonizados


Algumas das principais cidades desse sistema são:


NOVA ATLANTIS



A capital da União das Colônias, uma demonstração de poder e estabilidade alcançados pela raça humana no espaço. Também pode ser definida como “... o verdadeiro reflexo do futuro do nosso mundo.”, mas a sua vasta gama de possibilidades, seja de oportunidades ou maneiras de melhorar nossas naves, farão deste um destino comum durante nossa jornada. Além disso, ela também é a base da Constelação, um grupo com o intuito de explorar o espaço e que está ligado diretamente com a campanha principal de Starfield.


CIDADE DE AKILA



Com suas enormes paredes, que visam proteger seus residentes de perigosos predadores alienígenas chamados Ashta, Akila é a capital da Confederação Freestar. É um contraste com relação à riqueza de outros locais, mas traz também uma sociedade cuja crença na liberdade e individualidade age a nível religioso e denunciam pilares que os movem. Entre suas montanhas e planícies, seu ar industrial, a cidade também é casa da Patrulha Freestar, eles que protegem a região e compreendem uma das facções que o jogador pode fazer parte.


NEON



Situada em uma imensa plataforma em um planeta coberto d’água, a cidade de Neon começou como um local de pesca, mas desenvolveu-se a ponto de ser reconhecida por providenciar prazer e diversão bem específicos. Tudo isso começou graças a um peixe de propriedades psicotrópicas que então serviu à criação da Aurora: uma droga muito utilizada e legalizada por lá – e somente lá. Agradeçam a Corporação Xenofresh por isso. O que será que suas fortes luzes e ambientes animados escodem? O que é certeza porém é que aqui encontraremos o quartel general de uma das maiores facções do jogo, as Indústrias Ryujin.


Sendo um RPG tão ambicioso que é, não é surpresa descobrir que a população se dividiu ainda mais pelo universo, cada qual com suas próprias crenças e objetivos – sejam eles contra ou à favor dos interesses das maiores e mais importantes potências. O Grande Ofídio, Via Rubra e Frota Escarlate são alguns nomes de facções que povoam o espaço e que poderemos interagir. Também temos a Vanguarda, uma armada civil formada pela União das Colônias em resposta à Confederação Freestar após a segunda guerra ocorrida 2307, a Guerra das Colônias; ser membro da Vanguarda é garantia de cidadania em Nova Atlantis, isso sob o juramento de proteger os interesses da UC. 


A campanha principal é intrínseca aos interesses da Constelação, um grupo fundado em 2275 por Sebastian Banks e formado por pessoas de variados campos como física, biologia, botânica ou até mesmo aventureiros, herdeiros e ex-contrabandistas. Citado por Todd Howard como um encontro entre NASA e Indiana Jones”, eles são considerados os últimos exploradores da galáxia. Em 2310 a Constelação tomou posse de um misterioso objeto alienígena que chamaram de Artefato; em 2330, e agora sob a liderança de Sarah Morgan, nós, como membros da Constelação, viajaremos por diversos cantos do espaço em prol de descobrir os propósitos e origens do citado Artefato – ele que pode colocar tanto a raça humana em perigo, como também nos ajudar a responder se há de fato vida inteligente além da nossa. 



Os “25 anos em construção” que a Bethesda destaca entre seus trailers reflete também a espera por uma tecnologia que permitisse a criação de algo do tamanho de Starfield. Porém entre os elementos de sua jogabilidade estão anos de aprendizado com The Elder Scrolls e Fallout mas, ainda que possamos aguardar certos padrões, o escopo parece muito maior. Para começo de conversa temos a quantidade de planetas visitáveis que contam com mais de 1000 destinos – além de 100 sistemas estelares. Ainda assim, é válido destacar que nem todos serão habitados e podem simplesmente trazer nada além de uma vasta fonte de recursos, como minerais. Jogos como No Man’s Sky mostram que é possível criar algo do tipo sob geração procedural, ou seja, com elementos criados pelo próprio jogo e a tecnologia por trás dele; no caso de Starfield, segundo Todd Howard, será uma mescla do que é criado dessa forma com outras coisas adicionadas pelos próprios desenvolvedores, ou aquelas que estarão lá desde a sua primeira decolagem ao infinito e além.


A criação de jogos dessa maneira ajuda os desenvolvedores a ganhar tempo e expandir seus mundos ainda mais. Contudo não é de hoje que a Bethesda lida com isso, como Howard mesmo disse em entrevista ao site IGN:


Nós usamos muita geração procedural, mas eu lembraria que sempre fizemos isso. É um ponto importante de Skyrim em termos de missões e outras coisas que fazemos. Nós geramos cenários usando sistemas procedurais, então meio que sempre trabalhamos com isso.


Pisar em um planeta novo pode revelar diversas coisas, inclusive a possibilidade de moradia no mesmo. Ainda que seja possível comprar um imóvel em Nova Atlantis, por exemplo, existe um sistema onde o jogador cria os seus próprios entrepostos; tão importante quanto criar uma residência própria porém está o fato de podermos pesquisar um planeta, extrair sua matéria-prima ou designar membros da nossa tripulação para realizar essas e outras tarefas. Como um título que apresenta um gerenciamento de recursos tão grande, um facilitador como esse é de suma importância para garantir a criação de itens como remédios, armas e comida de uma maneira mais dinâmica – e mesmo quando não estivermos por perto, ou seja, passivamente.



Alguns módulos permitem uma personalização mais minuciosa por parte do jogador, mas independente disso será preciso ter material para construir tudo o que você quiser. Seja um canto para descansar de suas viagens e batalhas interplanetárias, seja um local para pousar sua nave com segurança, todo e qualquer tipo de construção gastará algum recurso. O legal é que além da câmera em primeira pessoa, será possível ter um panorama mais amplo com uma visão isométrica; fica mais fácil acompanhar o que se está construindo assim, principalmente em projetos de maior escala.


A jornada não será uma solitária já que outros personagens podem auxiliar o jogador. Contudo há dois tipos de membros do grupo, vamos assim chamá-los: os Companheiros principais, Companions, e os Membros da Tripulação, do inglês Crewmates. Essa distinção se dá pela importância dentro do universo de Starfield: os Companheiros são em suma integrantes da Constelação e estão atrelados às missões principais do título; ao que tudo indica eles também formam as opções de romance no RPG. Independente de sua origem é importante se atentar às particularidades de cada personagem, os designando para tarefas de maneira mais efetiva, seja acompanhando em campo, trabalhando em um entreposto ou simplesmente cuidando da nave. Cada personagem traz sua gama de habilidades, como a líder da Constelação, Sarah Morgan, que é formada por nv.4 de Astrodinâmica, nv.3 de Lasers, nv.2 de liderança e nv.1 de botânica; nas mãos de Sarah uma arma a laser certamente causa um estrago mais considerável.


Diferente de um Mass Effect, todos os personagens que se juntam ao grupo são humanos. Bem, todos menos um: VASCO. O robô acompanha o protagonista desde o início e terá múltiplas funções durante a aventura, podendo inclusive auxiliar em combate caso necessário enquanto solta pérolas como “evite ser baleado por favor; você pode morrer” ou “é uma pena que exploração requeira tanto derramamento de sangue”. Sensacional.



À criação do personagem nós temos elementos bem interessantes de jogabilidade. Primeiro vamos falar dos Atributos (Traits), eles que atuam como vantagens e desvantagens e também podem modificar a própria experiência com o jogo. Criar combinações é uma das partes mais legais, seja para buscar benefícios, ou enriquecer a interpretação. Podemos escolher um máximo de três, a exemplo de:


  • Herói Adorado (Hero Worshipped) – Um fã bastante apaixonado aparece quando você menos espera e enquanto possa não ser fácil aturá-lo, já que ele não para de falar, ele também nos garante presentes. Pode ser que já o tenhamos visto por aí... 

  • DNA Alienígena (Alien DNA) – Você se voluntariou para um controverso experimento que combina genética humana com alienígena. Como resultado seu HP e resistência são maiores, contudo itens de recuperação não são tão efetivos.

  • Casa dos Sonhos (Dream Home) - Garante uma casa luxuosa e personalizável em um local pacífico, mas vem também com uma dívida total de 50 mil que deve ser paga semanalmente ao GalBank.


Mais atributos poderão ser obtidos ao longo do jogo, não nos limitando às escolhas iniciais. Também será possível modificá-los ou removê-los, tudo de acordo com as ferramentas que Starfield lhe dá e a criatividade do jogador em se adaptar diante das situações e problemas que cada um pode trazer.



Outro elemento importante, e que também vai além de aparências, são os Históricos (Background). Eles agem como conhecimentos prévios e uma profissão ao protagonista. Cada escolha vem com três habilidades iniciais diferentes, além de cada um deles ser capaz inclusive de mudar opções de diálogo no jogo. Tal característica reforça um título responsivo que vai se adequando a cada decisão do jogador, desde seus primeiros passos na jornada. Dos 21 históricos conhecidos temos opções como:


  • Agente Cibernético (Cyber Runner) – habilidades: Furtividade, Segurança e Roubo; De Neon a Nova Atlantis, as megacorporações apresentam-se como monumentos de poder, prestígio e lucro. Você trabalhou tanto a favor como contra elas, dentro e fora, geralmente ao sacrifício de sua consciência por dinheiro.

  • Explorador (Explorer) – habilidades: Lasers, Astrodinâmica e Sobrevivência; Eles disseram que exploração é uma arte perdida. Você não os ouviu. Enquanto as maiores facções discutiam sobre o espaço que tentavam tão desesperadamente controlar, você encontrava-se ocupado descobrindo as maravilhas dos Sistemas Colonizados. 

  • Médico de Combate (Combat Medic) – habilidades: Certificação de Pistola, Medicina e Bem-estar; Deixe para os seres humanos lutar por algo tão infinito quanto o espaço sideral. É aí que você entra. Você nunca teve medo de enfrentar um inimigo… mas preferiria muito mais cuidar dos seus amigos. 


Dentre outras opções também temos o Caçador de Recompensas (Bounty Hunter), que mesmo sem maiores detalhes revelados se mostra um caminho muito instigante. O conceito de viajar pelo espaço atrás de fama e fortuna realizando todo tipo de missão para isso, como prender um pirata bastante procurado, me anima demais. Outro que me atrai é o Caçador de Feras (Beast Hunter), pois também adoro ir atrás de inimigos poderosos em caçadas grandiosas. Escolhas, escolhas.


Starfield não teria o mesmo apelo se toda a sua personalização não incluísse as naves do título. Felizmente o jogo abraça o principal meio de transporte com diversas opções para refletir o nosso próprio gosto. Armas, tamanho, cores, tudo isso e muito mais pode ser editado ou melhorado, criando assim uma nave mais completa e que corresponda aos objetivos do nosso personagem e sua tripulação. É praticamente uma segunda casa – ou a primeira e única, alguns diriam –, e cada nova peça comprada não só altera os atributos das naves como também expande o que pode ser feito e visto internamente. Os Espaçoportos espalhados pela galáxia são os locais onde podemos comprar, vender ou melhorá-las através de um técnico; aliás, membros da tripulação também podem ser contratados por aqui. Contudo você não precisa ficar limitado a ter apenas uma nave e nem mesmo às opções mais óbvias que o jogo lhe dispõe: naves inimigas podem ser suas, basta você dominá-las! E se existe combate em solo, existe no espaço. Mas como a própria Bethesda disse não se trata apenas de apertar botões e disparar projéteis, é preciso alocar estrategicamente a energia disponível para outras partes da nave dependendo da situação enfrentada. Aumentar a energia dos motores gravitacionais (Gav Drive), por exemplo, permite realizar um salto – ou viajar numa velocidade mais rápida que a luz, como o hyperdrive de Star Wars – mais rápido. 

Em chão o combate rola principalmente com o uso de armas de fogo ou lasers, mas também é possível usar armas brancas ou os próprios punhos para lidar com ameaças humanas ou não. Todavia a ação irá variar com base na gravidade do local, logo, se você usar uma pistola comum no espaço, cada aperto no gatilho te lançará para longe, enquanto uma arma laser não causa tal efeito de moção; a forma com que você monta seu personagem também incrementa a jogabilidade nas batalhas, a exemplo da skill que permite usar uma mochila a jato! É, eu quero bancar o Mandaloriano por aí sim!! E, bem, é um RPG da Bethesda afinal: a lábia sem dúvida será outro recurso para quem sequer quiser iniciar um confronto. Lembrando que toda a jogatina ocorre da maneira que você preferir, seja em primeira pessoa, padrão para os jogos da desenvolvedora, ou então em terceira com uma perspectiva em que você vê seu personagem ou nave por completo.




DESENVOLVIMENTO: BETHESDA GAME STUDIOS
PUBLICAÇÃO: BETHESDA SOFTWORKS

TIPO DE RPG: AÇÃO, MUNDO ABERTO

PLATAFORMAS: XBOX SERIES X|S, PC

LANÇAMENTO: 5/9/23

DLC: ESPAÇO ESTILHAÇADO, SEM DATA DEFINIDA

ONDE COMPRAR: XBOX STORE, STEAM E NUUVEM; TAMBÉM DISPONÍVEL NO XBOX GAME PASS


🔻

Estaria eu empolgado com Starfield? IMAGINA! Todo esse texto foi fruto de uma pesquisa mais cuidadosa e aprendi muito sobre o jogo durante a mesma. Mas o pre-load do jogo já está feito no meu Series S e eu só estou aguardando o dia 5 de setembro para começar a minha aventura. Em meio a um 2023 de RPGs incríveis já lançados, a torcida e expectativa é que a nova IP da Bethesda venha para se juntar aos maiores jogos do ano. Espero que o primeiro AOA centrado no jogo tenha servido como porta de entrada para todos que estão tão animados quanto eu.

See you, space cowboy!

[ALL OUT ATACK: informação ao ataque | S1E1 FONTEs]

Comentários