Os acertos críticos do NINTENDO SWITCH // .TXT


Que RPGs figuram entre os jogos que mais demandam tempo para serem finalizados, nós aventureiros já estamos cansados de saber. Logo, dar uma direção ao que consideremos interessante e bom nos ajuda a focar em títulos e jornadas que merecem mais atenção, filtrando aqueles que possamos chamar de jornadas verdadeiramente inesquecíveis. Baseando-se nisso o DaiBokém! começa uma nova série chamada CRITICAL HITs, ela que pretende destacar os jogos que mais me marcaram numa determinada plataforma e agir então como um guia a outros jogadores. 

Apesar disso as listas aqui montadas não serão fixas/definitivas: à medida que for conhecendo e terminando novos jogos ela poderá ser atualizada para refletir minha opinião do que considero um "acerto crítico" ou, em resumo, o melhor que a plataforma tem a oferecer do nosso querido gênero. 

O escolhido para dar início a essa aventura foi o Nintendo Switch, console híbrido lançado em 2017 que abraçou o melhor de dois mundos ao permitir ser jogado tanto como um portátil, como um console de mesa. Já joguei bastante coisa desde que o adquiri há cerca de quatro anos, contudo ele tornou-se também uma plataforma muito prazerosa para revisitar coisas antigas ou jogos já lançados em outros locais. É definitivamente o videogame que mais uso aqui em casa há um bom tempo – e isso não tem cara de que mudará tão cedo. Essa unificação dos mundos Nintendo, o "de mão" e o de mesa, serviu também para dar uma nova vida às suas franquias mais populares, contudo as possibilidades vão muito além de seus nomes mais famosos. 

Aqui estão então os melhores RPGs do Switch que já terminei e, claro, na minha humilde opinião.

SUPER MARIO RPG


Mario pode ter nascido no mundo das plataformas, mas a sua carreira nos RPGs é uma em suma muito bem sucedida. Tudo isso começou lá em 1996 com uma parceria inusitada entre Squaresoft e Nintendo, com Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars. O título do SNES, que é considerado um dos melhores jogos do personagem, ganhou esse remake em 2023, ele que mantém o carisma e bom humor pelos quais me apaixonei. Embora considere se tratar de uma jornada bastante suave, com uma campanha super tranquila de terminar e sem maiores desafios, a repaginada visual e sonora, cenas (CGs) inéditas e as combinações especiais entre os personagens, tornam essa uma excelente versão e porta de entrada para quem quiser conhecer a faceta da interpretação de Mario. Outro detalhe é que, tal como o original, ele é ótimo para dar uma pausa em RPGs mais longos, levando cerca de 15 horas para alcançar a rolagem de créditos. Dei muitas risadas do início ao fim, e isso por si só foi algo bem considerável para defini-lo como um dos jogos indispensáveis do Switch.

THE LEGEND OF ZELDA: BREATH OF THE WILD


Liberdade é sem sombra de dúvida uma das melhores palavras para definir a experiência com Breath of the Wildcom a primeira aventura de Link no Switch (e a última do Wii U). Apesar de cada encarnação do herói do tempo enfrentar uma Hyrule e desafios distintos, que estende-se também à forma de jogar, nunca um Zelda tinha me feito sentir um prazer tão grande em me perder como esse. A razão é simples: há mistérios, locais e estruturas intrigantes espalhados por cada canto dessa imensa repaginação das terras nascidas lá no NES; Hyrule respira, reage e se apresenta mais viva do que nunca, surpreendendo nos seus mínimos detalhes. É sobre um desenvolvimento meticuloso e ímpar, que te prende e faz ficar explorando horas a fio e saboreando a empolgação por trás de uma nova descoberta. Embora os mundos abertos tenham se tornado um praxe, tenho certeza que são muitíssimos poucos os que tem um carinho tão grande em sua criação como BotW tivera – cujo impacto e importância são sentidos até hoje, 6 anos depois de seu lançamento.

THE LEGEND OF ZELDA: TEARS OF THE KINGDOM


Apesar de Breath of the Wild ter ressignificado o que conhecíamos de Zelda e jogos de mundo aberto, sua continuação conseguiu uma missão que parecia um tanto impossível: ser melhor. Tal superioridade é definitivamente um feito tremendo, mas Tears of the Kingdom a alcança ao expandir conceitos estabelecidos, ousar e então tornar Hyrule um local ainda mais intrigante de ser desbravado. Há uma ambição e escopo gigantes, representados sob a exploração de céu, terra e subterrâneo, que unem-se ainda às inúmeras formas de lidar com cenários, quebra-cabeças e inimigos; trata-se de um sinônimo de criatividade que esbanja possibilidades novas, cria um dinamismo inédito e também bem-vindo para a exploração e torna essa, sem sombra de dúvidas, uma das jornadas mais inesquecíveis de Link já feitas. Você pode ter passado centenas de horas com BotW, conhecer cada m² dessa Hyrule e achar que já viu de um tudo, mas fique tranquilo quando digo que a sequência irá (e muito) te surpreender de maneira singular.


TRIANGLE STRATEGY


Felizmente os RPGs estratégicos encontram-se em alta, ao menos é o que dá pra considerar dada a quantidade de opções disponíveis atualmente. Entre a leva lançada ano passado porém está Triangle Strategy, um título que baseia-se em Game of Thrones para nos apresentar os conflitos entre reinos. É claro que se tratando de um SRPG vindo da Square Enix a lembrança maior é de Final Fantasy Tactics, mas o prazer de jogá-lo foi tão grande quanto com ele ou demais trabalhos do lendário Yasumi Matsuno. O poder de direcionar a narrativa a caminhos diferentes e com isso encontrar pessoas e situações completamente distintas é uma das coisas que mais me surpreenderam, e mesmo após a rolagem dos créditos é fácil voltar e terminá-lo umas 3 vezes mais para ver de um tudo. E eu realmente pretendo fazer isso. Junte tudo a personagens e trama interessantes, um sistema de batalha reconhecível e prazeroso, além de gráficos e uma trilha sonora belíssimos e você dificilmente quer se ver longe do continente de Norzelia por muito tempo. 

XENOBLADE CHRONICLES 3


Hoje o Switch possui toda a série principal de Xenoblade disponível em sua biblioteca, mas é o terceiro aquele que destaco como o melhor de todos. Trata-se, assim como os demais, de um pseudo-MMORPG, um título tão massivo que alcançar 100 horas ainda é sobre arranhar superfícies. Xenoblade 3 porém culmina no que considero a melhor versão dos elementos presentes nos anteriores; só de não ter o sistema gacha do segundo para adicionar personagens novos à equipe já é uma vitória e tanto, por exemplo. A trama também tem um tom mais sério e contempla o tempo, a vida e a luta contra um destino pré-definido numa ambientação fantasiosa e tecnológica. É simplesmente inacreditável acreditar (mais uma vez) que um RPG com tamanho escopo seja capaz de ser jogado na palma da mão: o mundo é enorme e muitos dos seus habitantes idem, as vistas são incríveis e o sistema de batalha, tão exagerado quanto espalhafatoso, frenético. Sempre que alguém falar que o console da Nintendo é incapaz de fazer isso ou aquilo, apresente Xenoblade Chronicles 3.

FINAL FANTASY IX


IX foi o meu primeiro Final Fantasy, então poderíamos dizer que há toda uma nostalgia atrelada à minha experiência com o próprio. Contudo jogá-lo novamente no Switch essencialmente me confirmou o quão especial ele é, desde as reflexões filosóficas que seus protagonistas passam, à magia musical composta por Nobuo Uematsu, ou mesmo à fantasia que vai muito além do nome. É uma jornada que começa com propósitos simples mas vai tomando proporções enormes, servindo também de autodescoberta daqueles que dela participam. Sempre dei preferência a palcos medievais inundados por uma fantasia mais clássica, de princesas e dragões, e FFIX ainda que molde isso à sua própria perspectiva tem um teor que me apetece mais e que, pra mim, reflete um sinônimo à franquia. Estamos falando de um RPG de 2000 cuja jogabilidade possa ser tida como lenta aos padrões de hoje, mas há melhorias aqui que permitem aproveitá-lo de uma forma mais dinâmica. Entra ano e sai ano mas IX ainda é um lugar que tenho enorme prazer de chamar de casa.

OCTOPATH TRAVELER


Apesar de seus maiores nomes serem Final Fantasy e Dragon Quest, muito do destaque atual que a Square Enix tem com o gênero se deve a outros como Tomoya Asano e seus jogos. Octopath Traveler tem um enorme apelo retrô com sua estética "HD-2D", um estilo que traz os gráficos pixelados de uma forma modernizada e que cria uma mescla bastante charmosa e até então nunca vista. Além disso a construção do jogo também tem um apego nostálgico com direito aos famigerados encontros aleatórios. Felizmente a experiência não fica presa ao que possamos considerar como ultrapassado, sendo as próprias batalhas um deleite tanto visual quanto sistemático; combinar profissões e habilidades diferentes é muito legal. Assim como o nome sugere, um dos destaques se dá pela perspectiva de 8 protagonistas, cada um carregando seu próprio objetivo pessoal e cujos caminhos acabam se entrelaçando. Mesmo que trate-se mais de uma antologia sem espaço para interações relevantes entre personagens, o pacote completo é definitivamente poderoso e envolvente.

POKÉMON SWORD & SHIELD


Muito aguardada a 8ª geração dos monstros de bolso foi também a realização de poder jogar um Pokémon tradicional em plena TV – Pokémon Stadium e Transfer Pak (N64) à parte, é claro. Ainda que dando os primeiros passos ao que acabaria tornando-se um novo padrão para a série, sendo o principal o de trazer um mundo aberto com os monstros completamente visíveis, as versões Sword e Shield ainda se mantêm bastante tradicionais em seu núcleo. Isso está longe de ser ruim já que a jogabilidade de batalhas e colecionismo que tornou a franquia tão famosa persiste, mas mesmo hoje diante da "quebra" de paradigmas promovida por Scarlet e Violet, a geração seguinte, eu ainda enxergo um produto melhor acabado aqui. Ainda sonho com um Pokémon que me surpreenda tanto quanto as 2ª e 5ª gerações, mas mesmo apostando em uma receita reconhecível há espaço para elementos que agregam à experiência; transformar seu Pokémon em um kaiju gigante ou mesmo personalizar seu treinador são coisas que gostei bastante. 

UPDATEs:

14.2.24 – O remake de Super Mario RPG é incluso
18.8.23 – The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom é incluído, tornando-se o segundo Zelda da lista

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Ainda há muito o que explorar no Switch, mas o limite inicialmente proposto será de 10 jogos por plataforma. Sempre que houver uma atualização a destacarei no fim do texto acima, detalhando o que mudou. Contudo se quiserem conferir todos os textos dos jogos trocados, é só dar um pulo lá no tópico dedicado do Fórum RPG PlayersE você aventureiro, qual jogo do Nintendo Switch considera indispensável? Não deixe de comentar sobre seus RPGs favoritos e também sobre a seleção do DaiBokém!

[CRITICAL HITS: RPGs críticos e essenciais]

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